3 de fev. de 2010

Clássico - Nascido para Matar (1987)




Esse é um dos filmes de Stanley Kubrick que eu mais gosto. O roteiro é baseado no livro de Gustav Hasford. Não é a toa que foi considerado um dos grandes filmes sobre a guerra do Vietnã, junto com Platoon e Apocalypse Now, e definitivamente é um dos melhores filmes do cinema na década de 1980, com uma posição que pode ser interpretada como sendo anti-guerra.

Esse foi o penúltimo filme da carreira de Stanley, e denota uma das marcas mais características dele - o tema da desumanização. Aqui, ela é vista nos fuzileiros navais novatos, que enlouquecem no rígido treinamento físico que recebem e também no campo de batalha.

O título original é Full Metal Jacket e é inspirado num tipo de munição militar, e que o projétil de chumbo é envolvido por uma liga metálica mais resistente.

O filme foi muito elogiado e é costumeiramente enunciado como um dos melhores trabalhos de Stanley Kubrick, mas não está isento de críticas. Muitos acreditam que ele perdeu um pouco do seu impacto graças ao lançamento de Platoon lançado apenas um ano antes. Outros pensam que o filme em si é desequilibrado, alternando grandes momentos com cenas poucos inspiradas.

À época de seu lançamento, chamou muita atenção o duríssimo treinamento exigido dos fuzileiros navais, sob constante humilhação verbal vinda de seus superiores. O ator que interpretou o nada gentil sargento Hartmann, R. Lee Ermey, fora um fuzileiro na vida real e se inspirou em seus tempos como militar para criar o personagem. Outro fator de importância é o uso do humor negro, particularmente com os frequentes deslizes do soldado Lawrence, a verborragia do sargento Hartmann e com os comentários politicamente incorretos do soldado Animal Mother quando em ação no Vietnã. Um último fator que despertou interesse foi o simbólico uso das dúas últimas canções ouvidas no filme, de motivações completamente distintas. O filme termina com os fuzileiros cantando uma animada música sobre Mickey Mouse, mas logo em seguida, durante os créditos finais, é possível ouvir a sombria Paint It Black, dos The Rolling Stones.

Eu particularmente acho o filme ótimo, total a cara de Kubrick e por isso não acho que falte nada.

1 comentários:

Rorschach | 3 de fevereiro de 2010 às 16:52

Também adorei... faz tempo que assistí... mas se não me engano tem uma parte ótima em que o sargento elogia o Lee Harvey Oswald por ter dado 3 tiros no Kennedy com um fuzil... Um ótimo fuzileiro. Há!