15 de fev. de 2010

Clube da Luta (1999)



O filme propõe mostrar a violência como resultado da demência de um único homem e isso se torna perfeitamente justificável. Edward Norton atua brilhantemente - como em tantos outros filmes. Se percebermos, todas as lutas que aparecem, têm sentido metafórico. Não estão ali apenas para comporem uma cena extremamente violenta. Essas lutas existem para demonstrar o desespero em que uma pessoa pode se encontrar quando descobre que sua vida é um BIG nada, e que o sonho de ser rico, famoso, bonito e bem sucedido não passa de um sonho. Pra mim, o filme retrata a necessidade de viver, de perceber que a vida não é somente bens materiais e de sentir algo - nem mesmo que seja dor.

Mas, a genealidade do filme está na sua ousadia. Ousadia de ter um roteiro tão imprevisível (com um final idem), ousadia de mexer na ferida da sociedade moderna, ousadia de ir fundo na mente humana (bem fundo) e de utilizar elementos nunca antes vistos, ousadia de ser violento (apesas de justificável como eu disse) e correr o risco de ser chamado de facista.

Apesar de não ter tido sucesso de bilheteria na época de 99, fez muito sucesso quando saiu a versão em DVD. Esse sem dúvida é um dos meus filmes favoritos. O diretor David Fincher também entra para minha lista de ótimos diretores, porque além de dirigir esse filme brilhante, também é responsável pela direção de "O Curioso Caso de Benjamin Button" que levou diversos oscars. Além disso, Fischer foi escolhido para ser o diretor do filme pois foi o único de quatro diretores escolhidos pela Fox que se entusiasmou com o roteiro.

Só uma observação, para quem não sabe Jack (Edward Norton) é apenas uma referência do narrador ao modo de viver, e não ele próprio.

3 comentários:

Rorschach | 16 de fevereiro de 2010 às 17:06

Lembro que quando terminei de assistir esse filme pela primeira vez, sentí-me capaz de fazer tudo que quisesse.

Longa e delirante viagem ao centro da psiquê humana...

Recomendo!

PS: Sem contar que é um dos pouquíssimos filmes que fazem referência à arte de projetar filmes. Há!

Soraia Alves | 17 de fevereiro de 2010 às 11:01

Parabéns pelo blog, de verdade, eu gostei mto.

Clube da Luta está na minha lista de filmes da vida e no meio daqueles que eu acho obrigação de alguém que gosta de cinema assistir.

beijooo

Bruno Trevizan | 12 de setembro de 2010 às 18:57

Para mim a violência apresentada no filme é só uma ferramenta para chamar a atenção e tentar nos fazer refletir sobre outro assunto. A sociedade e os valores que compartilhamos: materialismo, a ansiedade pelo imediato e o falso moralismo, acabam distorcendo o que realmente é importante na vida, e é difícil ser imune a isso, dados os estimulos que recebemos todos os dias em torno desta lógica.

Aquela cena que o Durden ameaça o oriental de morte caso ele não volte para a faculdade, para mim é uma tentativa de tentar resumir a essência da intenção do filme. A sequência de violência, lição de vida e humor ("Run Forrest!") é perfeita.

O Tyler Durden é um dos meus personagens favoritos, não que eu concorde com tudo que ele fala, mas toda vez que eu leio ou escuto suas frases eu reflito sobre elas. Não há como evitar.